De olhos postos no (meu) céu

Pintaram o meu céu de azul, quase como dando um tiro no escuro.
Um azul tão claro e límpido que me fez erguer a cabeça nesse sentido.
Como quem nada espera (mas ao mesmo tempo tudo) estiquei-me nas pontas dos pés para o tentar alcançar, ver se era real.
Talvez por ser assim, pequenina, não o consegui perceber.

Mas gostei da cor. Se gostei!
Gostei tanto que não sei mais ver outra cor neste meu céu.
Tanto tanto que julgo andar sempre em bicos de pés e de face erguida, de olhos fechados.
Em vão, porque não chego lá!