Hoje

Foi hoje que ousei abrir uma janela da minha vida.
Não dei conta, inocente. Talvez tivesse de ser mesmo assim.
Foi hoje. Ainda ontem! E como o tempo voou por mim.
Não temos mais rugas, não estamos mais velhos
mas continuamos em lados opostos da sala.

O resto.. o resto mantém-se.
Fecho os olhos, sinto que sim:
"Good night, ..."

Perfeito, perfeito.

Procuro a perfeição como quem busca o calor do sol.
Espreito e torno a espreitar, fecho os olhos e posso senti-la.
Perfeição no corpo? No cálculo? Perfeição no gesto e no sentir!
Porque a perfeição material nada mais é que a busca incessante do inalcançável
e a essência do ser ou sentir-se perfeito nada tem a ver com o sentir-se bom.
Por isso sinto, busco, perco-me e encontro-te (encontro-me?).
Sinto-me naquele gesto demorado. Sinto-me naquele olhar perfeito.
Tempo perfeito.
Tempo parado? Naquele espaço.
E porque apesar de estar bem longe da perfeição,
sinto que a encontro nesta reciprocidade,
nesta fusão feliz.