1 ano depois..


Hoje foi o dia de virar mais uma página do livro da minha vida. O encerrar de mais um capítulo. As tão esperadas e merecidas férias que agora chegam trazem tempos de muito descanso, diversão, risos, partilha de momentos. Mas levam para longe de mim outras partes importantes do meu dia-a-dia em tempos lectivos.


Acordou em mim um turbilhão de sentimentos: um misto de cansaço e alívio, lágrimas e saudade.
Custou-me tanto sair da RUEM (Residência Universitária Egas Moniz) hoje! E ainda mais deixar a Sofia em Sete Rios, para rumar a casa, sabendo que o dia de hoje marca o final de uma etapa importante que ao mesmo tempo que nos afasta, nos leva (e sobretudo a ela) ao caminho para ser um pouquinho mais feliz. Um muito obrigado às meninas do 5º esq (Sofia, Rita, Andreia, Ondina, Ana Maria e já agora também ao Mário) pelo excelente jantar e convívio ontem, nunca tive uma véspera de exame tãooooo agitada! =)

Mas foi bom chegar de armas e bagagens de novo a casa, ao meu cantinho, junto das minhas coisas. Agora tenho todo o tempo do mundo para os que me preenchem por cá!

Hoje tomei a liberdade de fazer pequenas coisas que não faço nos outros dias, foi uma espécie de marco. Na RUEM foi bom cantar as últimas vezes com ela aquelas músicas novas muito boas que só nós sabemos, enquanto faziamos as malas. Foi bom ficar presa no elevador e rirmos que nem umas perdidas. Ao chegar a casa, um banho de imersão.. um banho daqueles que mais do que nos molhar o corpo, nos lava a alma!

Numa altura em que passa 1 ano sobre tanta coisa, sinto que a minha alma está livre de mágoa, de rancor e pronta para começar de novo. Porque por vezes é importante aprendermos a estar sozinhos.
E não me refiro a estar sozinhos em termos de estarmos isolados..
Porque é assim que crescemos e que nos tornamos pessoas melhores e aprendemos a não magoar desnecessariamente alguém que goste realmente de nós só pela impulsividade que o momento ou a situação que vivemos propicia, quer pela raiva que eventualmente nos possa consumir por dentro, quer pelo desejo (ou direi egocentrismo?) de querermos ver colmatadas presenças que perdemos.

E aqui estou eu. Mais velha, mais madura.. mas também mais certa, não daquilo que quero ou que o futuro me possa reservar, mas sim daquilo que tenho a certeza que não quero para mim. Daquilo que não se enquadra, de forma alguma, com o estilo de vida que um dia sonhei para mim.


Quero deixar uma pequena nota de agradecimento a todos os que por aqui passam e comentam, ou simplesmente passam sem deixar a sua marca. E um profundo sentimento de admiração pelos que chegarem até este ponto deste (longo) post! =)

À Sofia, que vai deixar saudades...

O post de hoje é dedicado a uma pessoa que não conheço desde sempre, mas que vai ficar para sempre num cantinho especial do meu coração: a Sofia!

Tudo começou com a decisão de ingressar numa residência universitária em Lisboa, onde pudesse ficar durante o tempo que restava até ao final do ano lectivo - 5 meses. Movia-me a vontade de poder descansar mais, o facto de ter mais tempo para estudar, perder menos tempo em transportes todos os dias.. Por outro lado, o facto de não saber quem estaria do outro lado para me receber num quarto que já era seu há bem mais tempo, deixava-me apreensiva. Mas não podia ter sido uma experiência mais positiva!

A Sofia não foi apenas a colega que dormia no mesmo quarto que eu:
Foi família longe de casa,
um ombro amigo sempre que precisei,
o ânimo quando eu dele precisava!


Agora ela está de partida para começar um novo ano lectivo mais perto da casa dela. Vais fazer tanta falta Xaneca! Vou sentir taaaanta falta:
- das conversas até às tantas
- de acordar de manhã, olhar pra tua cama e ver que não tinhas ido à aula, virar-me pro lado e continuar a dormir também
- de cozinhar tofú e afins para evitar que comesses enlatados :p
- de irmos juntas às compras
- de comprarmos pão a meias
- dos sustos que me pregavas
- de cantarmos a plenos pulmões músicas novas muito muito boas
- ... de fecharem a porta do 5º direito por cantarmos demasiado alto...
- de não teres jeitinho nenhum para informática
- de fazer powerpoints sobre África (lol)
- de vermos juntas a novela, o CSI, o Dr. House =) (e de ser brutalmente espancada cada vez que te entusiasmavas com alguma cena)
- de arranjar sinónimos para as coisas que querias transmitir por outras palavras por sms (é pena não ser possível transpor para palavras aquele gesto com as mãos)
- do nosso leitinho com chocolate e tostas com doce antes de dormir
- da RFM
- das trocas de tops e blusas e de dizeres que tas alargo à frente :p
- de olhar pro armário e ver os teus 35 pares de calças
- de comermos Raviolli no Residence!
- de acordares a meio da noite, olhares pra mim e dizeres "nós tinhamos qualquer coisa para fazer hoje..."
- de ficares em pulgas quando o meu telemóvel tocava
- de te ouvir dizer "o meu nininho isto, o meu nininho aquilo.."
(...)


- de TI! =D


Apesar da incontornável distância física que haverá daqui em diante quero que saibas que vou estar sempre à distância de uma sms, um telefonema. Será sempre como se tivesse apenas vindo passar mais um fim de semana ao Barreiro e tu ficasses na residência. Desta vez o "fim de semana" é mais longo, mas temos as férias e tantas outras alturas! Fica prometido que depois do meu aniversário vou até S.Pedro do Sul! E já sabes que dia 8 também, comer lasanha!


Obrigado por tudo mesmo!
Nem a Lénia foi melhor colega que tu (LOL)

Beijinho enorme Sofia! :)

Lisboa de Mil Amores

Já um escuro vem no horizonte
Ou a luz se perde do olhar
São os campos perdidos e os montes
Que se estendem pela noite devagar

São tantos os caminhos e os dias
Tantos como a saudade que se tem
Talvez um sabor leve de maresia
Talvez lembrança do sabor de alguém

Ai Lisboa estendida sobre o rio
Ai Lisboa de mil amores perdidos
Só de quem puder sentir
Que há um mar em ti escondido

Será do luar o brilho intenso
Será do olhar de quem eu quero
Que faz ir-se perdendo ao longe o escuro
E faz ir-se calando o desespero

Enquanto o dia vai
Enquanto a noite vem
E um desassossego acorda alguém
Uma canção distante
Lembra o sonho e outro olhar
Ai se toda a saudade
Pudesse enfim acalmar

Ai Lisboa estendida sobre o rio
Ai Lisboa de mil amores perdidos
Só de quem puder sentir
Que há um mar em ti escondido


Mafalda Veiga

Anjos

Dito por uma senhora idosa, acompanhado por um sorriso terno.
Talvez das frases mais meigas e espontâneas que me dirigiram nos últimos tempos..

"Vou ter de ficar de costas para si, peço desculpa.."
"Não se preocupe, os anjos não têm costas!"

Hoje

Hoje sonhei com um mundo perfeito.
Um mundo não necessariamente cor-de-rosa, isso seria demasiado feminista, mas que até poderia ser, vejamos.. bordô! É uma cor que não foge muito dos tons femininos, eu sei, mas é uma cor mais quente. E como eu gosto do calor.

Hoje sonhei que acordava e não tinha absolutamente nada planeado para este dia. Que podia simplesmente andar por ai ao sabor do vento e que, onde quer que ele me levasse, levava comigo a nostalgia.

Hoje quis ser forte e tentar superar os meus limites fisiológicos. Desdobrá-los em mil pedaços e tornar cada um deles um pouquinho maior.. mas não consegui.

Quis sussurrar-te ao ouvido,
aconchegar-te nos meus braços
e proteger-te de todo e qualquer mal deste mundo.

Depois, mesmo correndo o risco de entrar em contrariedade com o post acerca das (im)possibilidades, percebi que nem todos os nossos sonhos se podem tornar realidade. Pelo menos não no momento exacto em que os desejamos.

Que os caminhos muitas vezes são paralelos e, embora demasiado próximos, nunca se chegam a interceptar.

Restolho


"Mas é preciso morrer e nascer de novo
semear no pó e voltar a colher
há que ser trigo, depois ser restolho
há que penar para aprender a viver

e a vida não é existir sem mais nada
a vida não é dia sim, dia não
é feita em cada entrega alucinada
pra receber daquilo que aumenta o coração"



Renasci =)
O resto não importa.

Balanço

Esta tarde dei comigo a fazer um balanço do último mês. O saldo podia ser pior!
É certo que foram muitas noites com horas de sono a menos, muito stress, muito cansaço, mas também muito daquilo que nos enche o coração.

Muito companheirismo (obrigado Pat, Helder e Miguel) com as devidas pausas, muitas conversas transparentes: o partilhar de risos e angústias faz-nos tão bem! Foi bastante bom regressar ao Barreiro depois de uns meses praticamente a tempo inteiro em Lisboa. E afinal de contas, estudar nem é assim tão mau. Sobretudo quando existem pessoas como vocês por perto.

Fazem-se novas amizades, conhecem-se novos chãos de almas.. e há pessoas que, mesmo sem que o percebam, nos dão a mão e ajudam a sorrir. Que nos ensinam e estimulam a seguir o nosso caminho e nos mostram que afinal existe luz ao fundo do túnel. Obrigado! =)

Ao sabor do vento

A noite terminou com um aconchego junto ao peito. O sorriso nos lábios e na alma parecia motivar-me para o estudo intensivo que se seguiu.
O dia nasceu rápido demais, mas ainda assim generoso.
Só não previa que a ventania que se fez sentir hoje lá fora fosse igualmente sentida dentro de mim: sinto que o vento que passa arrasta memórias!

Memórias que em mim não passam disso, mas que em ti parecem reticências (ou temo que assim seja).
Reticências que passam a ser, inevitavelmente, as minhas reticências também.
Que me devolvem a incerteza e tornam o meu caminho e a minha luta (ou a minha passividade, já nem sei) um pouquinho mais triste, desigual.

Hoje com a Pat, depois de uma tarde que foi o relatar de mais uma das muitas crónicas das nossas vidas, cheguei à conclusão que nada quero esperar.


Sempre foi assim: sempre pensei demais!
Quero simplesmente deixar-me levar, ao sabor do vento...

...levas-me? *

Reticências

Porque hoje pouco mais tenho a expressar além das ditas reticências, deixo-vos um vídeo que partilharam comigo ontem (obrigado colega João!).

A música, as palavras e a sucessão de imagens fazem-me identificar muito com ele. Com a busca incessante de algo que nos complete e que coloque não um ponto final onde actualmente existem as reticências, mas apague cada um dos seus pontinhos e torne a vida... e o futuro.. um pouco mais aconchegantes =)

(Im)possibilidades

Há dias em que acordo e que penso que a minha vida dava um filme.
Sei que não é um pensamento exclusivo e qualquer um de nós acha a sua vida tão extraordinária que seria um bom argumento para a realização do dito. Seja pelo facto de pensar que por vezes nada bate certo, ou por qualquer outro conjunto de situações por que já passaram e que vos levam a pensar: "só me acontecem destas"..

Há dias (todos, basicamente) em que me sinto uma sortuda por ter ao meu lado os melhores amigos que podia ter ou por ter sido, de alguma forma, contemplada com uma estrelinha da sorte que, de quando a quando, brilha para estes lados. Não que eu queira. Mas às vezes não se pode fugir daquilo a que teimamos em designar por destino.

Sinto na alma e na pele que a célebre frase "Impossible is nothing" é mais do que correcta! Porque há sempre algo que, por mais distante, inatingível ou pouco provável que nos possa parecer, tem a ínfima possibilidade de se tornar realidade. Muitas vezes mesmo sem lutarmos por isso.

E no compasso da espera entre o idealizar e a realidade nua e crua, sinto também que nunca estamos satisfeitos com aquilo que temos. É triste, mas é a verdade! Somos um pouco ingratos por natureza. Mas não fazemos por mal, queremos apenas ser.. FELIZES!

É caso para dizer: "dá Deus nozes a quem não quer ser famoso"..

Coisas (im)possíveis

Hoje apetece-me falar de nada, mas ao mesmo tempo de tudo.
Apetece-me gritar que gostava de estar um pouco mais perto, um pouco mais noutro mundo.
Sinto um misto de desespero e ao mesmo tempo "borboletas na barriga" que, sem saber ao certo como ou porquê, percorrem as minhas veias e tornam os meus pensamentos um pouco mais aéreos.
"Há muito tempo que não te via assim. É bom ver-te assim." - diz o Miguel (conhece-me tão bem que desde o primeiro comentário percebeu logo..)
Não nego que é bom sentir-me assim. É sinal que estou finalmente pronta para um novo começo. Um começo que pode nunca vir, mas não importa.
Quem me conhece sabe que eu sou assim mesmo. Prefiro contemplar e ter para sempre um sorriso teu do que arriscar palavras que possam comprometê-lo.

Não me perguntem como isto surgiu porque eu também não o entendo..

Quanto às coisas (im)possíveis.. na realidade vão ficar para o próximo post.
Já me sinto um pouquinho melhor =)

Sorriso

Um sorriso significa muito. Enriquece quem o recebe, sem empobrecer quem o oferece; dura apenas um segundo, mas a sua recordação, por vezes, nunca se apaga.

É com essa recordação que vou dormir hoje..

O(s) dia(s) mais longo(s)

Ultimamente todos os dias são longos demais.
Sempre desejei que os dias tivessem o dobro das horas, para poder dispensar o tempo necessário a cada uma das coisas que me agradam, que me fazem feliz.
A verdade é que ultimamente os minutos e as horas são demasiado longos, mas monótonos, cansativos.
Porque (já dizia O outro) "o que há em mim é sobretudo cansaço".. cansaço dos livros, da falta de tempo para respirar e de todas aquelas pequeninas coisas que, por mais fúteis ou inúteis que possam parecer, me fazem sentir bem.

O chão da alma torna-se uma agravante. Não está seguro.
Talvez porque tenha demasiadas coisas para dizer e pouca coragem para o fazer.

Talvez porque o receio caminha comigo.. lado a lado.