Será que fazemos tudo para sermos felizes?

Pedro e Inês, Romeu e Julieta, Sanção e Dalila. Três histórias de amor que preenchem o nosso imaginário de sonho e magia.
Ao longo da nossa existência fomos ouvindo os ecos das paixões destes jovens enamorados e o dramatismo e a loucura que envolveram as suas histórias não lhes retiram o encanto, que nos faz tremer de emoção. Não importa onde nem quando aconteceram, apenas que o forte sentimento que os uniu ultrapassou as barreiras do espaço e do tempo e chegou até aos nossos dias envolto no mistério da paixão.
Quem não sonha um dia viver uma história tão apaixonada como a de Romeu e Julieta? O amor proibido, a paixão avassaladora, ingredientes que apimentam uma relação e a tornam mais apetecível. Mas, onde andam as paixões dos nossos dias? O termómetro do amor não consegue levantar o mercúrio como acontecia no passado. Hoje em dia as pessoas esquecem-se do encanto do bom dia com um beijo, do romantismo de uma jantar à luz das velas, de um fim-de-semana a dois.
Quando vou na rua, entro num café, ou simplesmente vou passear pelo jardim dou por mim a pensar na frieza com que as pessoas se tratam e se olham. Não é preciso muito para mostrar à pessoa que está ao nosso lado, dia após dia, aquilo que sentimos. Os gestos mais simples tornam-se verdadeiras provas de carinho e amor. Um simples passar de mãos pelo cabelo, um carinho no rosto, um beijo na testa são o suficiente. Dizer gosto de ti parece algo tão difícil que as pessoas preferem deixar passar o momento.
Será que o compromisso assusta o Homem de hoje?
Se bem me lembro há uns anos atrás casar era o sonho da quase totalidade das mulheres, agora as pessoas casam cada vez mais tarde ou ficam sozinhas.
Hoje em dia parece que há algum receio das pessoas em partilhar as suas vidas, os seus segredos, os seus defeitos e até mesmo as qualidades. As pessoas desistem, não lutam pelo amor, simplesmente porque dá um pouco mais de trabalho, porque as obriga a pedir perdão, porque as obriga a ceder, ou simplesmente porque desistir é muito mais fácil do que continuar a lutar.
Não quero com isto fazer a apologia de relações infelizes que subsistem apenas porque ninguém gosta de admitir que não resultou.
Mas, será que fazemos tudo para sermos felizes? Aprender a partilhar, a ceder é importante, assim como não esquecer de dizer amo-te, de fazer uma carícia, de dar um beijo para lembrar o parceiro que estamos ali, ou simplesmente porque nos apetece.

por Sónia Mendes para VogueNoiva-BridePaper

3 comentários:

Che Guevara disse...

Há quanto tempo filha :D
Tirando os parabéns, isso não conta lol :P

Tenho que concordar com este texto, não por acreditar que antigamente fosse melhor, (definitivamente não acredito), mas porque creio que realmente nos dias de hoje as pessoas passam deliberadamente ao lado da própria felicidade...
Não demonstram o seu carinho, o seu amor à pessoa que amam... Posso dar-te um exemplo, no último dia dos namorados fui a um restaurante no Porto onde eram só casais, mas nem um único estava a trocar carinhos, não é preciso muito, uma carícia no rosto, darem as mãos em cima da mesa...

Considero-me um sortudo nesse aspecto, quando estamos juntos acordamos todos os dias com um beijo, dizemos todos os dias um ao outro um "amo-te muito"... Coisas que faltam à maioria dos casais e que poderia levá-los a estarem mais tempo juntos... Acredito que essa falta também seja uma das razões para o número de divórcios...
E não pode haver desculpas, a pessoa ao nosso lado não merece o nosso stress, não tem que suportar a nossa falta de tempo...

Mas não acho que como diz no texto um "amo-te", um programa a dois, um carinho seja o suficiente para manter a paixão... É necessário paciência, respeito, cumplicidade...

Para acabar filha, (eu sei que sou chato e que já vai longo :P ), e sei que me vais matar agora, mas pelo que tens escrito, dá a entender que também tens passado um pouco ao lado da tua felicidade...
Em vez de teres colocado um "missing you", porque não lhe disseste pessoalmente, ou de outra forma mais directa?
Acredito, que essa pessoa iria gostar, estou certo que sim...

Espero que esteja tudo bem contigo,
Beijos

Sílvia disse...

Olá Helder! (nao, nao te vou matar..) =P

As coisas nem sempre são fáceis de dizer. E apesar de ser apologista de dizer tudo aqui e agora, quando tem de ser dito, quando faz sentido, canso-me de remar contra a maré de mostrar o arco-íris a quem tema em não o querer agarrar. Não reprimo por vergonha, não escondo por receio de não ouvir do outro lado o mesmo. Mas às tantas é mesmo uma luta entre a razão e a emoção..

Quanto à felicidade, julgo saber onde ela se encontra. Mas sem soltar amarras e deixar levar ao sabor do vento nada vai ser possível.. E voar sozinha, infelizmente não sei. :)

Beijinho e obrigado pelas visitas assiduas!

Che Guevara disse...

Acredito que devias deixar sobressair a emoção, pelo menos de modo a teres a certeza de que fizeste tudo quanto podias...
Não me leves a mal, mas acredito que podes ser feliz sim :)

És uma mulher fantástica, uma das melhores pessoas que conheci até hoje, e qualquer homem, (tirando eu, que já estou bem entregue :D ), mas como dizia, qualquer homem ficaria orgulhoso de te ter ao lado, és realmente uma pessoa muito especial...

Beijinhos