Porque o frio também queima..

É neste pedaço de calor que encontro hoje a paz
Que me encontro, perdida por entre palavras e memórias.
Olho pra trás e revejo o calor.
E ao revê-lo, julgo até sentir um arrepio de frio.
Como atraiçoa a memória, como surge tão implacável!
recorda-nos realidades passadas, traz a saudade.
Volto a olhar para trás e passa a ser apenas uma cama vazia
o calor deu lugar à indiferença.
E porque o frio também queima, coloco de novo o pulsar na caixa,
enquanto procuro em mim a chave
a mesma que farei por perder de novo.
Mas enquanto a alma se deita revive tudo, tudo de novo
e adormece, magoada, à espera que amanhã seja um novo dia.



Há locais que tanto num dia são tão nossos como no dia seguinte parece que não nos pertencem. Sítios que nos prendem a alma de tal forma que só lá conseguimos a paz. Hoje tenho a minha, aparentemente.
E amanhã, amanhã vou ouvir o piano.

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