
Ou não fossem eles tão explícitos, ao mesmo tempo que tão silenciosos.
É isso que por vezes nos falta: saber ou poder ler o olhar.
Por isso teimo em captá-lo. Cada pedaço de cada olhar, silenciosamente.
Cada palavra ou sentimento nele escondido.
Há olhares tensos, frios. Olhares ternos, outros vazios.
Muitas vezes representam inconstâncias do destino,
hesitações embrulhadas em timidez.
Outras vezes, húmidos, a saudade.
Outras vezes, húmidos, a saudade.
E traduzem a música que nunca mais acaba.
Olhares que escondem uma tremenda vontade de chegar (mais) perto.
Outros que apenas tentam fingir a inocência dos gestos,
que no fundo não existe.
Olhares que nos sorriem à alma,
que abraçam e que nos cantam ao ouvido.
Olhares que escondem cumplicidade, uma história.
Passada ou futura? Não importa.
São tudo faces de uma mesma moeda,
cuja inconstância corroi por dentro, apenas.
Depois, depois pára. Um dia.
"Existe mais poesia no olhar de quem ama do que em mil poemas que se escrevam, mas nem por isso devemos deixar de escrever mil poemas para mostrar ao mundo o que esse olhar dizia.."
3 comentários:
Esplêndido, simplesmente fantástico!!!
Os olhares que transparecem o que se sente..os estados da alma . está simplesmente brilhante e diria mesmo único aquilo que escreves-te.
O olhar revela o que não queremos que saía da boca... não dá para evitar... No olhar nunca encontras mentira.
bjinhu
Enviar um comentário